terça-feira, 4 de abril de 2017

Tive depressão pós- parto?





O relato que vou contar hoje eu pensei seriamente se deveria compartilhar com vocês, mas como um dos intuitos do blogue é dividir experiências eu acho que vai ser de bom grado essa postagem.

Está no dicionário: 

Depressão: 
substantivo feminino
1. ato ou efeito de deprimir(-se).
2. cova ou cavidade de pequena profundidade.
    "d. no terreno, na parede"

O caso de hoje vou me referir ao número 1, pois é, parece que não, mas aquela tristeza constante, a culpa e angústia incessante no pós-parto me pegaram sim. 

Puerpério nenhum é fácil para qualquer mulher!

A princípio eu achei que isso não iria acontecer comigo, pois me achava sã de minhas faculdades mentais e me achava fraca se realmente isso fosse de fato uma depressão. 

A notícia de que estava grávida me deixou muito assustada no início, pois estava passando por um processo de transição de sentimentos, o afastamento do emprego,  problemas pessoais internos tudo me deixou muito apreensiva naquele momento, mas também fiquei contente, pois ser mãe era um dos itens de conquistas para minha vida, só que seria um pouco mais para o futuro. A gente nunca sabe o destino para onde vai nos levar, né, por mais que tentamos controlar sempre tem um desvio que a vida coloca nos nossos caminhos, e creio que isso não é para mostrar o quanto a vida é má, mas para que possamos saber enfrentar todos os tipos de situações.

Acalmei meus sentimentos e fui em busca de ter pra mim uma gravidez saudável para que no futuro meu bebê viesse a nascer com saúde obviamente. 

Tendo em vista tudo já acontecido, o pós-parto era muito aguardado por mim e meu marido. Saber qual seria o rostinho do meu filho, a cor dos olhos, tê-lo em meus braços era uma das coisas que me deixava mais ansiosa.  Mal sabia eu o turbilhão de sentimentos que iria se manifestar dentro de mim!

Foi como falei anteriormente, nunca imaginei que teria depressão, para o meu imaginar eu estava bem, consegui lidar com todas as tarefas diárias, conseguia cuidar um pouco de mim, da casa, mas chegou um momento que tudo ficou a flor da pele qualquer coisa era motivo de choro. 

Mães não dormirem a noite no pós-parto é comum, isso me deixava estressada de mais, pois foi difícil me adaptar a acordar a noite para cuidar do bebê.

Às vezes, meu marido se oferecia para ajudar com o bebê e eu o ignorava, achava que eu dava de conta de tudo sozinha, mas não, eu precisava de ajuda para tudo. Sentia-me sozinha quando ele saia para o trabalho, chorava sem parar no banheiro e isso me desestabilizou geral, atingiu muito as pessoas mais próximas a mim. Minha mãe sempre me ajudou muito, mesmo assim eu achava que apenas eu sabia cuidar do meu bebê, que as outras pessoas não ligavam para o que eu estava sentindo, pois elas só chegavam e perguntavam se o bebê estava bem, se estava dormindo a noite. Poxa!!!

Parando para pensar eu poderia ter sido menos grossa algumas vezes.

O que eu achava que era normal não era.

Eu amo meu filho, mas às vezes queria vê-lo longe. É triste, mas é verdade.

Adorava quando alguém chegava pra mim e falava, nossa seu filho é lindo, é esperto, é gordinho! Amava, mas por dentro de mim era uma tristeza inexplicável. As medicas que me acompanharam na gestação sempre me parabenizaram pela saúde do meu bebê e eu me sentia orgulhosa, mas por dentro chorava porque ninguém me ajudava para que isso acontecesse. Coisas da minha cabeça!
Aos poucos fui quase que afastando as pessoas de perto de mim. Meu marido foi quem mais foi atingido nisso tudo, ele nem sabe, mas às vezes tinha raiva quando ele chegava em casa. (desculpa amow!) Enfim, foi complicado.

Deixava transparecer para as pessoas? Não eu não deixava, por tanto acho normal você que está lendo esse texto agora achar estranho eu a mãe que ama postar fotos e vídeos do filhote no instagram, ama brincar, tomar banho de chuva com meu filho ter passado por isso, né!

Nem tudo que reluz é ouro. Não é verdade?

O que eu fiz para me tratar?
Chegou um ponto que eu não estava aguentando mais a situação. Como pode, era pra ser lindo, um bebê para alegrar e completar nossa família e eu estragando desse jeito!
Não procurei terapia, foi mais força de vontade e compreensão de meus familiares. Meu marido com a paciência do mundo todo (coisa rara rsrs), minha mãe sempre do meu lado, aos poucos fui trabalhando a calmaria dentro de mim que estava escondida e fui começando a gostar de ser mãe. Posso dizer que não tenho mais, não sei! Nunca me tratei direitinho, mas acho que minha vontade de que tudo voltasse ao normal, só que agora com meu bebê envolvido na nossa família, foi tão grande que consigo atravessar qualquer obstáculo que venha acontecer na minha vida sem precisar me explodir. Teve Deus também que nunca me abandonou em meus momentos de fraqueza e desespero, minhas orações sempre direcionadas a minha família. E foi ela, minha família, o real motivo de que eu precisava me tornar uma pessoa melhor do que o que eu estava.

Hoje o que eu aprendi com isso?
Às vezes nos doamos de mais para as outras pessoas e sem perceber não deixamos receber doações também. É preciso estar com a mente aberta para tudo, caso contrario, não podemos evoluir.

Tudo hoje eu agradeço a Deus. Levei uma topada, cortei o dedo, eu falo, obrigado Deus, poderia ter sido uma coisa BEM(mais) pior. É questão de compreensão do momento. Os hormônios se acalmam em algum momento, afinal, somos uma máquina perfeita, não é!


Quer saber mais sobre depressão pós-parto: 
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/depressao-pos-parto 




Lá tem tudo bem explicadinho pra você. 

Não se deixe ficar só!


Até à próxima! 💋











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